O 13 de Março entrou para a história como o dia da maior manifestação popular ocorrida no Brasil. “Nunca antes na história deste país” se viu um número tão grande de pessoas indo às ruas, protestar contra tudo isto que está aí! Considerando apenas os números da Polícia Militar, mais de 3,3 Milhões de pessoas compareceram às manifestações, ocorridas em mais de 250 cidades.
Jaú não ficou de fora, contando com mais de 3 mil pessoas. Mas o número deve ser bem maior, haja vista que a Polícia Militar não computou o número de manifestantes em várias cidades, como por exemplo, Rio de Janeiro, cuja previsão foi de 1 Milhão. De acordo com os organizadores, o número de manifestantes foi de seis milhões de pessoas.
Como se viu, a população, vestida de verde e amarelo, gritava em auto e bom som: “fora PT”, “fora Lula” e “fora Dilma”. Munidas de faixas, bandeiras e bonecos infláveis, os manifestantes pediam o impeachment da Presidente Dilma Russef, a prisão do Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o fim do ciclo de poder do Partido dos Trabalhadores (PT), indignada com o mar de lama e aparelhamento do Estado que assola o país.
Ao mesmo tempo, os manifestantes elegeram como herói nacional o juiz federal Sérgio Moro, como não se via desde a época de Ayrton Senna, com faixas e cartazes homenageando o magistrado, conferindo total e incondicional apoio à Polícia Federal e ao Ministério Público, dando maciço suporte popular ao prosseguimento das investigações realizadas no âmbito da operação Lava Jato, responsável pelo indiciamento e condenação de grandes empresários, políticos e agentes públicos, envolvidos em crimes de corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A primeira análise, dir-se-ia que a população deu um basta a este Governo, aos seus atos de corrupção e ao aparelhamento do Estado, tudo promovido pelo lulopetismo. Contudo, a voz que ecoou das ruas, na verdade, foi uma aula de cidadania, dada pela população, a todos os políticos deste País, a qual exerceu plenamente seu direito fundamental de se manifestar (art. 5º, XVI, CF/88), de ocupar as ruas pacificamente e exigir que seus governantes (presidentes, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores), cumpram as leis, combatam a corrupção, punam os envolvidos e não governem em causa própria, mas sim para o povo.
Por mais paradoxal que possa parecer, deveriam ser os próprios políticos a darem este exemplo aos cidadãos, cumprindo a Lei e a Ordem, respeitando as normas e princípios Constitucionais, combatendo a corrupção e indignar-se com ela, exigir a punição exemplar dos envolvidos. Isto porque a classe política está no topo da cadeia, é responsável pela condução e direção do País, tendo a obrigação de desempenhar este papel perante a sociedade.
Mas infelizmente não é isto que acontece na política brasileira, onde a grande maioria utiliza-se dela para perpetuar-se no poder, para enriquecer-se às custas do Estado, à exemplo do que é realizado pelo Governo Federal. Porém, não esmoreçamos ! Embora se façam de surdos e incautos, haja vista que no momento em que escrevo este artigo Lula é nomeado Primeiro Ministro, cabe a nós continuarmos a exercer a plena cidadania, manifestar-nos, protestar, levantar a voz contra tudo isto que está aí, pois só assim poderemos fortalecer as instituições que não tapam os ouvidos para as vozes que ecoam das ruas e, consequentemente, evitar a “venezuelização” do Brasil.
Por Daniel Zeber.
Artigo publicado no Jornal “Comércio do Jahu” em 17/03/2016.
http://www.comerciodojahu.com.br/post/1344501/a-voz-que-ecoa-das-ruas